Metáfora 1

suspenso no ar
as vezes penso
se devo pensar tanto
como uma poema de Mayakovisk
ela um dia virá ao meu encontro
e ressuscitará o poema que ontem não nasceu
a vida é só flores ela me disse
clarice em cada coisa
tem o instante em que ela é
as vezes também penso
ela não virá
aí vou para praça jogar milho aos pombos
ao jardim zoológico dar comida aos patos
os meus sapatos já conhecem os anos de espera
na última primavera os lírios não nasceram
e as rosas eram só espinhos
com minha língua na faca cortei a fala
ainda na garganta
e fui pra sala afiar o taco
ela nã sabe que o vinho que guardei pra ela
é de uma safra especial de Bacco

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jura secreta 13

o tecido do amor já esgarçamos

em quantos outubros nos gozamos
agora que palavro itaocaras
e persigo outras ilhas
na carne crua do teu corpo
amanheço alfabeto grafitemas
quantas marés endoidecemos
e aramaico permaneço doido e lírico
em tudo mais que me negasse
flor de lótus flor de cactos flor de lírios
ou mesmo sexo sendo flor ou faca fosse
hilda hilst quando então se me amasse
ardendo em nós salgado mar
e olga risse
olhando em nós
flechas de fogo se existisse
por onde quer que eu te cantasse
ou amavisse

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entredentes 3

olhei a cara do tempo
ela estava fechada
não me dizia nada

pensei as sagaraNAgens
que o tempo fazia comigo
peguei do tempo o umbigo
cortei na ponta da faca
e a tua cara de vaca
sangrei sem nenhum remorso
porque isso o tempo não tem

agora o tempo sorri
me mostra os dentes da boca
e a tua cara de louca
é a minha cara também

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Tecidos sobre a pele

Terra,
antes que alguém morra
escrevo prevendo a morte
arriscando a vida
antes que seja tarde
e que a língua
da minha boca
não cubra mais tua ferida

entre/aberto
em teus ofícios
é que meu peito de poeta
sangra ao corte das navalhas
e minha veia mais aberta
é mais um rio que se espalha

amada de muitos sonhos
e pouco sexo
deposito a minha boca no teu cio
e uma semente fértil
nos teus seios como um rio
o que me dói é ter-te
devorada por estranhos olhos
e deter impulsos por fidelidade

ó terra incestuosa
de prazer e gestos
não me prendo ao laço
dos teus comandantes
só me enterro à fundo
nos teus vagabundos
com um prazer de fera
e um punhal de amante

minha terra
é de senzalas tantas
enterra em ti
milhões de outras esperanças
soterra em teus grilhões
a voz que tenta – avança
plantada em ti
como canavial que a foice corta
mas cravado em ti
me ponho a luta
mesmo sabendo – o vão
estreito em cada porta

usina
mói a cana
o caldo e o bagaço
usina
mói o braço
a carne o osso
usina
mói o sangue
a fruta e o caroço
tritura suga torce
dos pés até o pescoço

e do alto da casa grande
os donos do engenho controlam
: o saldo e o lucro

Tecidos sobre a pele

Terra,
antes que alguém morra
escrevo prevendo a morte
arriscando a vida
antes que seja tarde
e que a língua
da minha boca
não cubra mais tua ferida

entre/aberto
em teus ofícios
é que meu peito de poeta
sangra ao corte das navalhas
e minha veia mais aberta
é mais um rio que se espalha

amada de muitos sonhos
e pouco sexo
deposito a minha boca no teu cio
e uma semente fértil
nos teus seios como um rio
o que me dói é ter-te
devorada por estranhos olhos
e deter impulsos por fidelidade

ó terra incestuosa
de prazer e gestos
não me prendo ao laço
dos teus comandantes
só me enterro à fundo
nos teus vagabundos
com um prazer de fera
e um punhal de amante

minha terra
é de senzalas tantas
enterra em ti
milhões de outras esperanças
soterra em teus grilhões
a voz que tenta – avança
plantada em ti
como canavial que a foice corta
mas cravado em ti
me ponho a luta
mesmo sabendo – o vão
estreito em cada porta

usina
mói a cana
o caldo e o bagaço
usina
mói o braço
a carne o osso
usina
mói o sangue
a fruta e o caroço
tritura suga torce
dos pés até o pescoço

e do alto da casa grande
os donos do engenho controlam
: o saldo e o lucro

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cidade nua

andar
na periferia do teu corpo
cidade nua
trafegar por tuas ruas
caminhar tuas estradas
me enfiar em tuas curvas
se as flores do mal-me-quer
enfrentar a tua reta
re-inventar a pessoa
comer a tua carne
lamber a tua língua
beber o leite dos teus seios
lambuzar teu sexo
quando estiver no cio
soltar pipas ao vento
e tudo mais que re-invento
e quero mais a carnavalha
muito mais a coisa toda
e a moral tropinicalha
eu quero mais é que se foda

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eu quero mais a carnavalha

me encanta mais teus olhos

que o plano piloto de brasília
o palácio do planalto o alvorada
me encanta mais as mãos da namorada
que a bandeira do brasil
o céu de anil a tropicalha

quero muito mais a carnavalha
do que a palavra açucarada
quero a palavra sal do suor da carne bruta
a flor de lótus do cio da fruta
mesmo quando for somente espinhos
me encanta os pés que a lata chuta
por entender que a vida é luta
e abrir novos caminhos

me encanta mais na lama o lírio
a flor do láscio
os olhos da minha filha
que o ouro dessas quadrilhas
que habitam esses palácios

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Artur Gomes Poesia In Concert

Artur Gomes Poesia In Concert
Dia 26 de agosto – 20:00h – Palácio da Cultura
Campos dos Goytacazes – Rio de Janeiro – Brasil
Espetáculo poético multi mídia onde além de interpretar a sua própria poesia, Artur Gomes interpreta fragmentos de poemas de Torquato neto e Paulo Leminski

Participação Especial: Matheus Nicolau

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e os frutos podres no chão

por entre trilhos e trilhas
porentre tralhas e troços
foto grafando os destroços
e os frutos podres no chão

arturgomes
http://arturgomes-fotografia.blogspot.com

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Brisa – Cinema Possível

Brisa – um Filme de Jiddu Saldanha – Projeto Cinema Possível

Brisa é o primeiro filme do projeto Cinema Possível em HD, finalizado em Abril de 2011. No elenco: May Pasquetti, Artur Gomes e Jorge Ventura. Música de Marko Andrade, direção de Jiddu Saldanha. Poemas de Eliakin Rufino, Herbert Emanuel, Artur Gomes, etc… Este filme é dedicado àqueles que amam a poesia!

pele grafia

meus lábios em teus ouvidos
flechas netuno cupido
a faca na língua a língua na faca
a febre em patas de vaca
as unhas sujas de Lorca
cebola pré sal com pimenta
tempero sabre de fogo
na tua língua com coentro
qualquer paixão re/invento

o corpo/mar quando agita
na preamar arrebenta
espuma esperma semeia
sementes letra por letra
na bruma branca da areia
sem pensar qualquer sentido
grafito em teu corpo despido
poemas na lua cheia

jura secreta 34

por que te amo
e amor não tem pele nome ou sobrenome
não adianta chamar
que ele não vem quando se quer
porque tem seus próprios códigos e segredos
mas não tenha medo
pode sangrar pode doer
e ferir fundo
mas é razão de estar no mundo
nem que seja por segundo
por um beijo mesmo breve
por que te amo
no sol no sal no mar na neve

arturgomes
http://goytacity.blogspot.com

saiba mais sobre Brisa aqui: http://curtabrisa.blogspot.com

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juras secretas

Jura secreta 2

não fosse esse punhal de prata
mesmo se fosse e eu não quisesse
o sangue sob o teu vestido
o sal no fluxo sagrado
sem qualquer segredo

esse rio das ostras
entre tuas pernas
o beijo no instante trágico
a língua sem que ninguém soubesse
no silêncio como susto mágico
e esse relógio sádico
como um Marquês de Sade
quando é primavera

Jura secreta 1

a língua escava entre os dentes
a palavra nova
fulinaimânica/sagarínica
algumas vezes muito prosa
outras vezes muito cínica

tudo o que quero conhecer:
a pele do teu nome
a segunda pele o sobrenome
no que posso no que quero

a pele em flor a flor da pele
a palavra dândi em corpo nua
a língua em fogo a língua crua
a língua nova a língua lua

fulinaímica/sagaranagem
palavra texto palavra imagem
quando no céu da tua boca
a língua viva se transmuta na viagem

Jura Secreta

não fosse essa jura secreta
mesmo se fosse e eu não falasse
com esse punhal de prata
o sal sob o teu vestido
o sangue no fluxo sagrado
sem nenhum segredo

esse relógio apontado pra lua
não fosse essa jura secreta
mesmo se fosse eu não dissesse
essa ostra no mar das tuas pernas
como um conto do Marquês de Sade
no silêncio logo depois do susto

arturgomes http://juras-secretas.blogspot.com/



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