não espere que eu fale só de estrelas
ou do vinho feliz que não tomei
porque fora de mim
não levo além da sombra
uma camisa velha
e dentro do peito um balde de canções
uma gota de amor
no útero de uma abelha
não repare se eu não frequento clube
dos que sugam o sangue das ovelhas
ou amargam o mel dessa colméia
é que eu já vivo tão pimenta e tão petróleo
que se você acende os olhos me incendeia
hoje em dia pra gente amar devera
é preciso ser quase um alquimista
ou talvez o maquinista
do trem da consciência
pra te amar com tanta calma
e com tanta violência
que a tua alma fique toda ensanguentada de vivência
Salgado Maranhão
musicado por Vital Lima
cantado por Zeca Baleiro