a minha língua de fogo
persegue tua língua na fala.
não sei me calar na cozinha
no quarto corredor ou na sala
a minha línguagem de luas
é o que na língua resvala
se tenhos os pés calejados
se tenho as mãos inda tontas
e a língua bêbada de noites
dos dias que que miragens não vi
minutos que metáforas se calam
são como favelas vazias
e os olhos perdidos na vala
no líquido que vem das veias
a minha língua se farta
e bebe o teu como a.água
como se chupa uma bala
Nós in Bento Gonçalves
meta metáfora no poema meta
como alcançá-la plena
no impulso onde universo pulsa
no poema onde estico plumo
onde o nervo da palavra cresce
onde a linha que separa a pele
é o tecido que o teu corpo veste
como alcançá-la pluma
nessa teia que aranha tece
entre um beijo outro no mamilo
onde aquilo que a pele em plumo
rompe a linha do sentido e cresce
onde o nervo da palavra sobe
o tecido do teu corpo desce
onde a teia que o alcançar descobre
no sentitdo que o poema é prece
arturgomes
http://pelegrafia.blogspot.com